As pesquisas de mercado podem não ser um balizador perfeito do
segmento de imóveis, mas são um excelente termômetro de como o setor se
comporta. Dessa forma, é muito fácil ver levantamentos até conflitantes entre
si. Se a maioria dos estudos aponta que o mercado vai bem, alguns mostram que
as coisas não são bem assim.
Quem analisa o levantamento feito pela imobiliária Coelho da
Fonseca pode até ter uma surpresa negativa. Mas, como todos os números, eles
carecem de uma análise mais aprofundada. Isso porque, de acordo com o levantamento da empresa, o numero de imóveis em estoque na cidade aumentou de
2011 para 2013, passando de 9% para 31% da carteira total. O estoque é o
resultado das unidades lançadas não vendidas no período.
Como todo estudo merece uma nova olhada, esse também. Pode-se ver
o copo meio cheio ou meio vazio. Optando-se pelo meio cheio é fácil chegar à
conclusão de que o comprador prefere comprar unidades assim que lançadas, com
maiores possibilidades de se negociar preço, facilidades e vantagens gerais.
Vendo o copo meio vazio, pode-se afirmar que o ânimo do comprador
se arrefeceu, se retraiu no período, pois de 38.635 unidades residenciais
lançadas em 2011, 35.181 foram vendidas, restando 3.454 unidades em estoque
(9%). Já em 2013, foram vendidos 24.716 imóveis de 35.641 lançados, restando 10.925
unidades, ou 31%, ainda a serem comercializados.
Preço do metro quadrado mais alto foi o grande vilão, de 2008 a
2013 o preço médio subiu 156% na cidade. Como o mercado e seus agentes são
eternos otimistas, é bom saber que o comprador tem mais de 10 mil unidades para
escolher, com grandes possibilidades de negócio.