O mercado imobiliário brasileiro tem um vasto material sobre o comportamento de vendas e de lançamentos. Quase todas as capitais do País, por meio de entidades do setor ou mesmo empresas de estudos, sabe a quantas anda o segmento. Mas, de certa forma, esses dados não são totalmente satisfatórios, pois somente retratam o que as empresas revelam, sejam os empreendimentos que erguem (incorporadoras e construtoras) ou vendem e alugam (imobiliárias).
Mesmos os preços, eles ditam somente o que o mercado relata, mas, muitas vezes, não o que compradores e vendedores, proprietários e inquilinos realmente acertam entre si. Não que esses dados não sejam fiéis ou confiáveis, muito pelo contrário. No entanto, retratam apenas um viés das negociações. Mas essa defasagem pode estar com os dias contados.
Leia também:
A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e a Associação dos Registradores Imobiliários de São Paulo (Arisp) firmaram convênio para dar ao mercado um novo índice. Com base nos dados de todos os cartórios do Estado de São Paulo, o levantamento trará informações sobre negócios efetivamente fechados e números, como quantidade de transações realizadas e preço de registro dos imóveis.
O objetivo principal do convênio é dar mais munição ao mercado, com índices mais precisos sobre a situação do segmento. Não só informações do segmento residencial, mas contratos comerciais e até mesmo sobre terras rurais e terrenos.
A expectativa dos parceiros é divulgar os primeiros resultados ainda neste ano, pois ainda há a necessidade de digitalização dos registros imobiliários de todo o Estado de São Paulo, o que só foi oficializada ainda no final de maio, com o lançamento do portal Registradores (www.registradores.org.br). Embora levantado, o novo índice não refletirá com exatidão o valor do metro quadrado nessa análise.