Que a economia brasileira, de um modo geral, está em pleno crescimento, isso não é de hoje. Também não é de agora que empreendedores brasileiros, principalmente no Nordeste, constroem em vendem para o mercado europeu, notadamente para portugueses e espanhóis. O que é novidade é que a Europa, com destaque para Portugal, esteja de olho no comprador brasileiro.
Há muitos anos a economia brasileira já deixou de ser um potencial para ser uma realidade mundial. Tal evolução fez com que investidores de outros países viessem aqui com olhos no consumidor nacional. Ao mesmo tempo, em muitas cidades litorâneas, principalmente, muitos dos compradores eram europeus.
Mas uma nova onda está se formando. O mercado estrangeiro de olho no comprador brasileiro, que aprendeu a crescer na crise e nada de braçada com a economia em crescimento. Ou seja, hoje é o brasileiro é que está dando as cartas e com poder de compra.
Recente feira em São Paulo mostrou bem como anda esse novo cenário. Na primeira Mostra do Imobiliário de Portugal, foram ofertados mais de mil imóveis para comercialização naquele país, avaliados em milhões de euros.
Nessa feira, havia unidades com valores entre 150 mil e 10 milhões de euros, incluindo antigas residências de alto padrão, entre casas, apartamentos e mansões. Em um total de 20 grupos imobiliários estiveram por aqui. Com destaque para Espart/Herdade da Comporta, ESAF, BES Imóveis, Grupo André Jordan, Promovalor, Civilria, Square, Grupo Sonae, Grupo Libertas, Geril, Grupo Noronha Sanchez, MSF Turim, Grupo ECS, Grupo Paço e Jones Lang Lasalle.
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Essa foi a segunda mostra que ocorreu no Brasil. Antes, no Rio de Janeiro, foram comercializados mais de 30 milhões de euros. A ideia principal é a de aproximar agentes do setor imobiliário dos dois países e estimular o mercado português. O foco são os investidores brasileiros ou mesmo quem viaja com frequência à Europa. Um dos chamarizes mais interessantes nesses negócios é para quem comprasse uma unidade de pelo menos 500 mil euros. Isso dá o direito do comprador de obter autorização de residência temporária em Portugal, o chamado "visto Gold", o que garante livre circulação por todo continente europeu, por meio do "Acordo de Schengen", que é uma convenção entre países europeus sobre política de abertura das fronteiras e livre circulação de pessoas entre os países signatários.
Ou seja, foi um chamariz, mas ele só pode ser oferecido porque o mercado brasileiro passou a ser interessante. O comprador nacional tem comprado mais por aqui e pode obter mais por lá.